O que falta é a Prefeitura que eu conheço!

Todos os dias recebo diversas mensagens de servidores públicos da Prefeitura e ex-membros da super equipe que Eduardo e eu, montamos para comandar a Cidade, ao longo dos oito anos mais incríveis da minha vida profissional.

Hoje resolvi compartilhar essa aqui abaixo. Trata de um ex-servidor do COR, de codinome JP,  que não posso revelar o nome por exigência do seu contrato atual na iniciativa privada.

O mais bacana é ver o tamanho do orgulho, dedicação e coração que tantas pessoas colocaram em favor do nosso Rio. E como estão chocados com o despreparo e destruição contínua daquilo que fizemos!

———————–

Pedro,

Foi muito legal poder conversar um pouco com você. Te ouvir trouxe um pouco de esperança e ótimas lembranças das minhas maiores aventuras profissionais. 

A vida vale a pena por causa das nossas famílias, dos amigos e do nosso trabalho; e até o presente momento nada se compara ao que pude viver com vocês de 2011 a 2016. Que fase!!! 

Abaixo um pouco do que saiu aqui do meu coração vendo o Bispo Brincalhão desmontar nosso trabalho. Está “quente” e personificado porque vem com sentimento. 

O Rio de Janeiro convive com uma série de riscos. Alguns deles recorrentes (como chuvas fortes e acidentes), onde justamente o Poder Público tem obrigação de prevenir, monitorar, se mobilizar, comunicar e aprender com.

Quando ouço falar de um governante que apregoa a missão de “cuidar das pessoas”, e que está com pouco dinheiro para executar grandes frentes e intervenções, vem à minha cabeça a ideia de que este cidadão aproveitará o que tem de melhor, cortará eventuais desperdícios e fará alianças inteligentes e entrará nas brigas que cabem à sua instância. Quando ouço um prefeito falar que vai “Cuidar das Pessoas”, imagino alguém que, por melhor equipe que tenha, será o primeiro a colocar o pé na lama, será o primeiro a se molhar na chuva, será o primeiro a reconhecer as ferramentas que herdou da gestão anterior para preservar o cuidado com as pessoas e, por uma questão de moral, será o primeiro a reconhecer erros e deficiências do próprio trabalho para melhorar rápido. Quando ouço um prefeito eleito dizer que vai cuidar das pessoas, espero pelo menos que esse homem dê atenção ao esforço de transição para não desperdiçar o tempo da população com retrocessos desnecessários.

O prefeito Marcelo Crivella não é essa pessoa. E o primeiro escalão da Prefeitura do Rio não é composto por essas pessoas (salvo raras exceções).

Se o prefeito Crivella fosse um estagiário chegaria à Prefeitura com curiosidade e empenho. Se ele fosse um trainee rapidamente se esforçaria para captar tudo o que pudesse das áreas e departamentos da prefeitura para alçar vôos mais altos no comando. Se ele fosse um consultor teria muita bagagem e faria um diagnóstico amplo e preciso sobre como as coisas funcionam e teria clareza dos rumos que precisa tomar. E, se fosse um executivo especialista chegaria no 1° dia com decisões assertivas, muita disposição e uma equipe bem formada.

Mas pensando bem, parece que o Crivella não é nenhuma dessas possibilidades. O Crivella é o falso amigo, é o cupim, é o enviado para desmontar o que foi feito. Marcelo Crivella é um acidente que o Rio de Janeiro sofreu, e agora estamos vendo conquistas e o espírito combativo da Prefeitura ser deteriorado. Uma pena.

Assistindo ao Bom Dia Rio da última quarta-feira, quando dois secretários municipais (Conservação e Ordem Pública) tiveram disponíveis aproximadamente 15 minutos no estúdio para abordar a resposta da prefeitura à tempestade que caíra na noite anterior, o que vimos por trás das falas é um esforço em simplesmente dizer o que o Centro de Operações NÃO É. Acho que não passaram na primeira aula do Media Training, que orienta a passar a mensagem necessária. Não informaram nada (a não ser uma camuflada dor de cotovelo pelo que não sabem fazer e um pouco de ciúmes pelo que o time do Eduardo Paes fez em união). Foram rudes, perderam a serenidade e, pior de tudo, deixaram claro suas fraquezas frente às pastas que ocupam. Mostraram sua incompetência em não perceber que um equipamento como o COR – que foi por 6 anos testado em crises impactantes e eventos internacionais, tendo alcançado reconhecimento irrestrito em governos, empresas e instituições acadêmicas em todo o MUNDO – precisava de sua presença e seu empoderamento para seguir a trajetória de sucesso alcançada na sua história até aqui.

E o que é o COR?

Fundado como resposta a uma crise de chuva forte com índices históricos ocorrida em abril de 2010 no Rio de Janeiro, o Centro de Operações surgiu com a missão de “Salvar Vidas e Minimizar Transtorno, trabalhando 24 horas por dia e 7 dias por semana amparado em Pessoas, Processos e Sistemas. 30 órgãos, a imprensa e uma equipe plugada no 220 volts para preservar a normalidade da cidade quando é possível, ou para alertar a população quando imprescindível. Mas, antes de tudo, é uma CAIXA DE FERRAMENTAS do prefeito que, sendo um incapaz sem visão nem experiência e muito menos vontade, perde todo seu valor agregado com o passar do tempo.

Por definição e por 6 anos, o COR serviu como um quartel central da Prefeitura, tendo à frente um Chefe Executivo de ResiliIencia e Operações com respaldo do Prefeito, reconhecimento do Governo Estadual e Federal, e total interdependência aos órgãos públicos e concessionárias. Faça uma busca na internet e essa reputação aparecerá. Foram 6 anos de puro sucesso? Não! Mas foram 6 anos de muita disposição, de peito aberto e muito amor ao ofício de VERDADEIRAMENTE cuidar das pessoas.

Mas sem os órgãos e sem a vontade dos servidores e funcionários de trabalhar, o COR não passa de um prédio. Com os órgãos e com uma prefeitura interessada em trabalhar, o COR é uma máquina de prontidão, um hub de comunicação operacional e a fonte mais segura sobre o que está acontecendo na cidade.

No COR não tem hora, no COR não tem dia da semana, nem feriado, nem férias. No COR, quem manda é o PROBLEMA. As vaidades e os egos não possuem assento nesse equipamento municipal que pertence à população do Rio de Janeiro.

Não alcançamos 800 mil seguidores nas redes sociais, nem uma sala de imprensa repleta de representantes da imprensa externa diariamente, muito menos não conseguimos parcerias com a NASA, com o aplicativo WAZE ou com a Fundação Rockefeller a partir de bravatas ou peças de Marketing. Alcançamos essas parcerias com trabalho sério, TÉCNICO, despido de politicagem e, principalmente, com PRAZER pelo trabalho.

Isso é cuidar das pessoas!!

Pergunte ao prefeito Crivella se ele conhece os estágios operacionais da cidade.

Pergunte ao prefeito Crivella em quantas das crises recentes no Rio de Janeiro ele foi ao COR (ou pelo menos enviou algum secretário).

Pergunte ao prefeito o que foi feito com os cargos de comando do COR que deveriam ser designados pelo próprio chefe executivo.

Pergunte ao prefeito se ele leu o material de transição preparado pela antiga gestão, para garantir continuidade dos serviços.

Pergunte ao prefeito o que foi feito com o Programa Rio Resiliente.

Pergunte ao prefeito se ele queria mesmo ter sido eleito para TRABALHAR, ou se ele viu que o acidente aconteceu e agora tem que enfrentar os desafios de uma cidade complexa que não se resolve rezando!

Sabe o que falta na Prefeitura do Rio?

O que falta é a Prefeitura que eu conheço

Anterior
Anterior

Já viramos notícia

Próximo
Próximo

Chuva e caos!