Descaso com as pessoas

O Globo publicou uma matéria com o material das visitas, os levantamentos e as denúncias recebidas que comprovam a falta de planejamento e as péssimas gestões dos governos estadual e municipal. Se o governador Wilson Witzel e o prefeito Marcelo Crivella fossem bons gestores, teriam planejado melhor suas ações, criado um grupo para gerir a crise e, principalmente, teriam contabilizado primeiro e disponibilizado as  vagas fechadas e os leitos impedidos já existentes na rede pública, municipal, estadual e federal. Se tivessem estudado o básico sobre gestão pública e soubessem administrar, não teriam desperdiçado milhões em dinheiro público na construção dos hospitais de campanha. Teriam investido nas redes públicas já existentes, gastando muito menos.

Do total dos 1.300 leitos prometidos em todos os hospitais de campanha da cidade, apenas 473 estavam ocupados segundo um levantamento realizado no dia 8 de junho, representando uma taxa de ocupação de apenas 33,62%.

E não é por falta de paciente, e sim porque a maioria das vagas nunca saiu do papel. E mais: não haveria necessidade de construir hospitais de campanha, se prefeitura e governo tivessem aberto, em suas unidades de saúde, os 1.998 leitos impedidos por falta de profissionais, equipamentos e até rouparia.

A construção destes hospitais de campanha na capital em vez de reabrir leitos vazios e interditados em seus hospitais fez prefeitura do Rio e governo do estado desperdiçarem dinheiro público em estruturas que serão desmontadas e não deixarão legado algum.

Prefeitura do Rio e governo do estado preveem um gasto de R$ 824 milhões com os hospitais de campanha – R$ 770 milhões nos sete hospitais estaduais e R$ 54 milhões no hospital de campanha do Riocentro. Mas, de acordo com informações do levantamento que fizemos, os gastos com o hospital do Riocentro, incluindo equipamentos, insumos e recursos humanos, chega a R$200 milhões.

Apesar dos milhões que foram gastos, o governo estadual e a prefeitura não conseguiram atender a população como deveria. A prova disso é que temos mais de 7 mil mortos por Covid-19. Uma tragédia. É resultado da má gestão, corrupção e ineficiência.

Diante do que vimos, entrei com uma representação no Ministério Público Estadual contra o prefeito Marcelo Crivella e reforçamos a representação junto ao Tribunal de Justiça e ao Tribunal de Contas do Município para que investiguem o mau uso do dinheiro público.

Espero que os órgãos fiscalizem as gestões, porque há várias perguntas sem respostas:

Por que antes de gastar uma fortuna com os hospitais de campanha, não tornaram acessíveis e viabilizaram os 1.998 leitos impedidos já existentes na rede pública de saúde?

Por que gastar em construções demoradas, se era muito mais econômico e rápido apenas contratar os profissionais e equipar os leitos com o que fosse preciso?

Por que os hospitais de campanha não estão funcionando a pleno vapor?

Será que os hospitais de campanha foram mesmo necessários?

Por que a prefeitura do Rio não nos deixou entrar no hospital de campanha do Riocentro?

Será que não queriam mostrar as más condições lá dentro?

Será que a prefeitura tem medo de que o TCM descubra o mau uso do dinheiro público? Ou tem medo de que percebam que o hospital nunca funcionou a contento e que não havia necessidade de gastar os tubos neste equipamento que será desmontado?

A conclusão que chegamos é que a incompetência do prefeito Marcelo Crivella e do governador Wilson Witzel resultou na morte de milhares de pessoas que morreram nas UPAs, em cadeiras nos corredores dos hospitais superlotados e sem direito a um leito especializado.

Enfim, é um escândalo com o dinheiro público, demonstra a total falta de planejamento e o crime cometido por maus gestores, que resultou na morte de milhares de pessoas.

 

Clique aqui e leia  a matéria do Globo

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